Lendo alguns materiais para a "Campanha da Fraternidade Ecumênica" deste próximo ano, resolvi escrever estes esclarecimentos para melhor entendermos o espírito desta campanha, baseando-me na Revista Vida Pastoral, o texto-base da Campanha e, principalmente, na Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, da Editora Paulus, comparand04a com a tradução JFA e o Dicionário de Concordância Bíblica da Sociedade Bíblica do Brasil.

    Em primeiro lugar, esclarecer: Porque o Tema: ”Casa Comum, nossa Responsabilidade"; e porque o Profeta Amós no "Lema”: "Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca" (Am 5,24) da próxima Campanha da Fraternidade Ecumênica? Porque Amós foi o profeta contra a injustiça social.

    Tendo Amós vivido por volta do século VIlI A.C., ele foi chamado pelo Senhor para “sair de sua terra”, no sul (Judá), "para ir profetizar" no norte (Israel), onde Jeroboão II reinava (Cf. 1,1) com injustiças, e contava com o sacerdote Amasias que presidia o culto em Betel, de acordo com a vontade do rei (cf. 7,10-17) e não com o desejo do Deus Altíssimo Em cinco visões, Amós anunciava o fim do Reino do Norte, porque ai a situação era insustentável diante de Deus (7,1-9; 8,1-3; 9,1-4).

    Logo no início de seu texto, Amós fala do julgamento que viria para todos; não só para as nações pagãs, mas também, e principalmente, para o povo escolhido (cf. 1,3-2,16). Denunciou o acúmulo cada vez maior, para viverem em mansões e palácios (3,13-15; 6,1-7), criando um regime de opressão (3,10); as mulheres ricas que, para sustentarem o luxo, estimulavam seus maridos a explorarem os fracos (4,2-3); os que roubavam e exploravam e depois iam ao santuário para rezar, pagar o dízimo e dar esmolas para aplacar a sua própria consciência (4,4-12; 5,21-27); os juízes que julgavam de acordo com o dinheiro que recebiam dos subornos (5,10-13); os comerciantes ladrões e os atravessadores sem escrúpulos que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e vender as mercadorias por um preço justo (8,4-8). Mas faz questão de terminar com um toque de esperança (9,11-15), dando um recado para um tempo de renovação (seriam os tempos atuais?).

    A motivação da Campanha da Fraternidade é justamente esta, a de questionar as estruturas que causam e Iegitimam os vários tipos de exclusão: econômica, ambiental, social, racial, e étnica. E com isso, aprendermos a cuidar bem do ambiente e das pessoas.
O objetivo principal é assegurar o direito e a justiça; que é de todos, nesta "Casa Comum", que é o mundo em que habitamos que nos foi dado por Deus, e que é "nossa responsabilidade”, administrá-lo bem, religiosa e socialmente. E já que tudo foi criado para todos, mais que nunca se faz necessário obedecer ao mandado evangélico do Senhor (cf. Jo 17,21). Dez denominações religiosas produziram esta Campanha da Fraternidade para nós.
O saneamento básico tem relação direta com a saúde física e, consequentemente com a espiritual (Não são os doentes que precisam de médico? Pergunta o Senhor). Por isso refletir e agir, no que se refere às questões da água, da produção industrial, do lixo industrial e doméstico, do esgoto sanitário, etc.

    O "objetivo geral” e os ”objetivos específicos" giram em torno destas temáticas acima: ”Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum” (Texto-Base da CF 2016, § 26); manter um profundo testemunho de amor e convivência no diálogo e no testemunho de vida, promovendo a justiça, a paz e o cuidado para com toda a criação; vivendo na partilha, como encontramos, por exemplo, em algumas passagens dos Atos dos Apóstolos.

    Enfim, “cuidar da Casa Comum que Deus nos deu e fazer dela um lugar saudável, no qual a fraternidade e a justiça corram como rios de água viva" (texto-base, § 195).

FELIZ e SANTA PÁSCOA para TODOS, repleta das graças e bênçãos de Deus!